Encontro UNIAPAC Portugal e Brasil – Economia de Francisco e as oportunidades pelo caminho

A UNIAPAC quer criar uma ponte sólida com as gerações mais novas. A UNIAPAC será tão mais jovem, quanto mais jovens ocuparem a UNIAPAC. Venham, trabalhem, mas não percam a mais-valia do saber daqueles que já cá estão há mais tempo. Mas tomem conta, ajudem a fazer, sejam mais presentes.”

A ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores) e a ADCE (Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa) promoveram em conjunto, na passada quarta-feira dia 16, um encontro online para abordar o tema “Economia de Francisco”. Ambas as associações fazem parte da União Cristã Internacional de Executivos de Negócios (UNIAPAC) que durante este serão em Portugal e fim-de-tarde no Brasil, se reuniram para expor as diferentes perspectivas de cada país na concretização deste novo paradigma económico, proposto pelo Papa Francisco.

O debate realizou-se via digital e contou com a moderação dos presidentes das respectivas associações – Sergio Cavalieri da UNIAPAC/ ADCE Brasil e João Pedro Tavares da UNIAPAC/ ACEGE Portugal. Os intervenientes da sessão foram 4 jovens (2 raparigas portuguesas e 2 rapazes brasileiros) que têm vindo a acompanhar o tema desde o início, recentemente formalizado com o encontro internacional “The Economy of Francesco”. Este evento foi inicialmente projetado para se realizar em Assis, contudo devido à pandemia, teve de readaptar o seu formato e realizou-se online nos passados dias 19,20 e 21 de Novembro 2020 para todo o mundo. 

A sessão foi iniciada com palavras do presidente da UNIAPAC, Bruno Bobone que apesar de não ter estado presente, deixou gravada uma mensagem de boas-vindas a todos os participantes do encontro. Considera este “Um encontro proporcionado pela UNIAPAC com um tema que consideramos ser da maior relevância”. Salientou que a juventude tem muito a ensinar e que são um sinal de esperança. “Todos devemos começar a construir esta ponte e comprometermo-nos com um futuro melhor”, enfatizou.

De seguida tomou a palavra o João Pedro Tavares, que nos recordou que a missão da UNIAPAC é inspirar os líderes e empresários católicos a viver o amor e a verdade, para assim, transformar as suas empresas e influenciar a sociedade. Salientou também que esta nova economia “(…) ajuda-nos a centrar no essencial e a viver um modelo mais pleno, a economia do bem comum, do encontro, da dignidade das pessoas. Como o Papa Francisco diz, uma economia que constrói pontes e não muros, é o maior dos modelos, inclusive, tanto que envolve todas as gerações”.

A Economia do futuro

Carmo Vitorino, tem 24 anos, licenciada em Gestão e atual colaboradora da ACEGE, destacou que os jovens portugueses que participaram no evento desejam atender ao apelo do Papa Francisco para a construção de uma economia centrada no ser humano, estando constantemente preocupada com o meio ambiente por forma a gerar uma ecologia integral. A jovem, também atriz, apresentou o caminho que tem sido feito pela ACEGE ao longo dos últimos meses que culminou recentemente com a formação da rede Economia de Francisco Portugal – uma rede de pessoas, profissionais, investigadores, empreendedores, que procuram desafiar, fazer refletir e questionar o que precisa de ser transformado. “Somos profissionais e economistas e queremos lutar por uma economia centrada no amor, que cuide dos mais frágeis”.

Rita Sacramento, tem 34 anos, é coordenadora do projeto de voluntariado da EDP Portugal e salientou que este é um caminho de perguntas, não de respostas, sobre caminhos, não sobre soluções. Ao longo do processo de preparação para o evento, muitas foram as perguntas feitas sobre as mudanças económicas que seriam provocadas a partir deste encontro. “Por mais que tenha sido frustrante ouvir tantas perguntas, a verdade é que vamos aprender a fazer melhores perguntas para descobrimos, também, melhores respostas”. Referiu ainda: “Agora, é preciso acreditar que tudo isso é possível, é preciso construir caminhos e avançar com sabedoria, humildade, paciência e esperança”.

Franchesco Lopez, tem 34 anos é boliviano mas vive atualmente no Brasil, começou a intervenção explicando a importância da ADCE Jovem no Brasil. Enfatizou alguns encontros realizados em vários locais do Brasil, como Minas Gerais e São Paulo, exemplificando de que a Economia de Francisco também já está em movimento. “Estamos diante de uma grande oportunidade de contribuir para o Bem-Comum e de construir pontes com os nossos irmãos portugueses, juntos nesta caminhada que o Papa Francisco nos convidou.”

Matheus Machado, advogado e membro da ADCE, falou-nos sobre a oportunidade de conexão entre as várias pessoas que participaram no evento internacional. Apresentou algumas propostas projetadas para 2020: em primeiro lugar o fortalecimento da ADCE Jovem no Brasil, seguido pelo desejo de construção de uma agenda com países os vários países da UNIAPAC de língua portuguesa, com o envolvimento de outras associações mundiais. Salientou também que o facto do evento internacional ter sido realizado no meio da pandemia fez com que a Economia de Francisco “deixasse de ser para os jovens e passasse a ser dos jovens. Nós tivemos a oportunidade de nos tornar protagonistas para aquilo que o Papa Francisco nos chamava”.

A sessão terminou com um espaço para perguntas, como não poderia deixar de ser, uma vez que este é um caminho onde estas prevalecem. Perguntas como “Quais os maiores obstáculos/entraves para que possamos avançar mais rapidamente?” ou mesmo “Se qualquer um de vós, jovens, estivesse sentado num lugar de líder sénior, o que proporiam amanhã fazer?”. Perguntas que levamos e que nos ajudam na continuação deste caminho de construção conjunto.

Uma mensagem final do Bruno Bobone, presidente da UNIAPAC, foi apresentada uma vez que este foi interpelado pelos jovens intervenientes sobre qual a visão da UNIAPAC em relação aos jovens do mundo inteiro. Bruno Bobone concluiu a sessão da seguinte forma: “A UNIAPAC quer criar uma ponte sólida com as gerações mais novas. A UNIAPAC será tão mais jovem, quanto mais jovens ocuparem a UNIAPAC. Venham, trabalhem, mas não percam a mais-valia do saber daqueles que já cá estão há mais tempo. Mas tomem conta, ajudem a fazer, sejam mais presentes.”