Gerir em Tempos de Dificuldades

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Gerir em Tempos de Dificuldades
Dr. António Pires de Lima
A Empresa em Serviço à Comunidade

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Numa verdadeira aula de gestão, no capítulo “como saber gerir positivamente a empresa em tempos de dificuldades” o nosso convidado na abertura dos debates 2013, deliciou-nos a todos pela sua conhecida facilidade de comunicação, mas principalmente pela visão clara e experiência de vida no terreno, associada a uma educação e formação que não se compra em manuais, mas que se pode herdar da Família.

Gestor jovem, a provar que ao contrário do que muitos propagam, temos muitos e bons gestores de uma nova geração, infelizmente e de uma forma geral ser, como é sabido, de valor mediano. Como bem referiu António Pires de Lima, “eu próprio já levo 26 anos de indústria”, sendo pena que os políticos Portugueses não usassem as referências positivas de tantos jovens gestores que Portugal tem, como um Exemplo.

No seu conhecimento real com o terreno no mundo empresarial, a indústria, sua competitividade, concorrência internacional, Pires de Lima mostra na sua pedagógica palestra o porquê de aos 31 anos já ser CEO de uma empresa industrial de topo.

A empresa em permanente preocupação de competitividade, num ambiente de concorrência nacional, e muito diferente quando em ambientes internacionais como é a sua vivência actual em mais de 50 mercados, países para onde exportam, numa nova dinâmica competitiva, mas com isso o espírito de assegurar o sustento e o futuro, já que é parte fundamental da actividade, mas devendo ter sempre presente o Serviço à Comunidade e aos Outros, como que numa lógica de um Amor ao Próximo, olhando as suas decisões em tempos de sacrifícios com decisões consentâneas, partilhando mais para diminuirmos tempos de dúvidas, num mundo em que tudo questionamos, até o próprio sistema capitalista e a justiça.

Vivemos tempos de a empresa “aprender a fazer bem à sociedade”!

A empresa, para Pires de Lima, tem o seu “Triângulo Decisório”:

– Os objectivos de lucro
– O sistema social (sejam a satisfação dos clientes, ao seu grupo / equipa.
– Conseguir accionistas comprometidos a longo prazo.

Numa gestão moderna e em comunidade, o “criar riqueza” tem que ser o grande objectivo da equipa, para assim ser possível distribuir; não é o único objectivo, o Lucro, pois em paralelo o crescimento pessoal (a importância da Pessoa Humana na empresa) e o social. No social, entrando o serviço ao outro: a necessidade dos participantes de uma equipa em terem presente a humanização lado a lado com o comprometimento dos, e para os accionistas. Esta a vivência actual de António Pires de Lima na empresa que lidera.

Uma nova cultura dos Líderes Empresariais, pelo Exercício da Humildade!

Quando em presença de um verdadeiro espírito de equipa, rapidamente damo-nos conta dos “talentos” fantásticos que nos rodeiam, cabendo às Lideranças de “saber os outros” – “compreender os outros” – “ouvir os outros”, sem vaidades, sem egos e num ambiente pessoal.

Aquilo que os Políticos deviam ser, mas não o são!

Em termos de Responsabilidade Social os exemplos são imensos, referindo que numa área geográfica próxima, projectos de apoio à criação de novas empresas, de eclosão social, até ao exemplo de voluntariado dos seus colaboradores, etc. Tudo isto é possível por existir na empresa uma “junção de vontades”.

A empresa que António Pires de Lima dirige tem um grupo de Raiz Familiar ligado ao Norte, com uma Cultura do Norte, e que com Orgulho deseja e insiste em manter a Empresa Portuguesa!

Também há que reconhecer o facto de ser vantajoso á liderança ter accionistas Portugueses, com Visão de Longo Prazo e numa forma de Amor à Empresa e a Portugal, em partilha com capital estrangeiro, acrescenta Pires de Lima.

É comum ouvir falar-se de que um dos problemas do País reside no deficit ao nível da qualidade dos seus gestores. Para António Pires de Lima isso é uma realidade quando em análise de uma média, mas Portugal é o que é, com deficit nas qualificações da gestão e num Portugal com falta de modernidade nessa gestão. Importante, menciona, e aí também num deficit ainda maior, é o facto de não se referenciarem mais os bons e Muitos Exemplos de gestão moderna e positiva, verdadeiros exemplos, quer em Portugal quer Internacionalmente!

Os Políticos deviam ser os primeiros a usar os Bons Exemplos na Gestão Empresarial Portuguesa!

Dilema de Consciência na gestão, principalmente nos difíceis dias que correm, mesmo para o caso de António Pires de Lima, com os seus dedicados 26 anos de amor às suas empresas! Não é fácil a gestão, e logo porque muitas vezes comparamos realidades diferentes como desde logo: Deve-se gerir ou liderar?
Ou, ter regalias de estatuto, pelo ego, pelo poder, em pequenas ou grandes empresas, pela vaidade, até ao facto de estarmos inseridos numa realidade de empresas da Europa do sul! Comparar o comparável, em Países com culturas e competitividades diferentes?

“O Dilemas de Consciência para o Líder Empresarial”

Mas nem tudo é fácil para o líder empresarial, mesmo quando não se deseja, por exemplo no caso de ser obrigado a uma redução de efectivos, ou mesmo pelo encerramento de uma unidade de produção! Na empresa os “dilemas de consciência” surgem mas o caminho é saber “dar a cara” nesses momentos de dificuldade, “falar verdade”, sendo que mesmo aí é possível verificar que pessoas normais se superam pela Motivação e pelo Exemplo, onde a Humildade na Gestão é tão importante, nomeadamente na gestão de topo!

Serviço aos outros na empresa é uma atitude de Amor ao Próximo, com Humildade na Gestão, o saber dar a cara e falar verdade, nomeadamente na gestão de topo!

Ao se dar a cara pela empresa, nomeadamente nos momentos adversos e de difícil gestão, é quando se ganha o respeito para que nos sigam, que acreditem na nossa Liderança Empresarial.

Noutro ponto da sua brilhante e clara palestra, António Pires de Lima, referiu-se á necessidade de mudanças culturais nas empresas, com o Exemplo dado de ser ele o próprio, no topo da gestão a passar a ser auditado: auditado pelos clientes, pelos parceiros e pelos colaboradores, sujeito a esse Teste pelo menos uma vez por ano! Ou seja, modernidade na cultura empresarial, informal e aberta, onde o erro é uma forma de privilegiar o crescimento (é bom que as Pessoas possa aprender com os erros).

© DR

O aprender por experiência própria, que os Sacrifícios ou o Amor, dão o sentido de União às Pessoas!

O exemplo com uma gestão de decisões complicadas, como o de encerrar uma fábrica com 40 anos de vida, decisão difícil discutida entre todos, atempadamente, a ser a melhor decisão para a solidez e garantia de futuro para o grupo, ou em alternativa, e como normalmente se vê em Portugal, pela opção de adiar a decisão para mais tarde, tornando-a tarde demais! O interesse colectivo e a abordagem das decisões difíceis com as Pessoas, é o caminho certo em tempos de dificuldades. Só desta forma se pode criar um “lastro de confiança”.

É fundamental na Liderança Visão de Sustentabilidade Futura.

No fundo as decisões difíceis abençoam-nos como grandes licções que se tornam realidade, falando e explicando às Pessoas, dando a cara, já que a regra nº 1 interna na empresa é sempre o de tratar bem as Pessoas!

No mundo concorrencial em que vivemos muitas dúvidas se levantam aos Líderes Empresariais sobre o Processo Concorrencial ou mesmo se o Capitalismo se pode Humanizar? Ou será que é a Regulação a forma de evitar Injustiças? Mas António Pires de Lima, e no decorrer da sua partilha de suas experiências vividas no terreno, ressalta as suas próprias e crescentes dúvidas sobre se será Sustentável a Concorrência numa Democracia Portuguesa, onde lado a lado com Compromissos e sacrifícios se vê a Política a fugir à realidade ou a mentir à população?
Quero acreditar, afirma Pires de Lima, que as dificuldades vão ganhar a afirmação do Valor Ser ao Valor Ter, e que nos tragam um maior equilíbrio na Vida das Pessoas, fazendo votos para que a Crise funcione como uma Oportunidade para Todos, Pessoas e Sociedade!

Numa Democracia Portuguesa, onde lado a lado com Compromissos e Sacrifícios se vê a Política a fugir à realidade ou a mentir à população?

Mas que bom seria se em vez de “propagandearem” as falências, se desse o Exemplo, a começar pela classe política Portuguesa, usando os muitos Exemplos de Empresas com Sucesso na Exportação, transpondo virtudes para o universo da política par que o povo aderisse melhor, tornando-se ainda mais disponível para a obra, que com Confiança possamos acreditar, mesmo com sacrifícios e sofrimento, como que numa acção de Amor ao Próximo colectivo!

E para encerrar esta brilhante, lúcida e experiente partilha de conhecimentos, afirmou que ele próprio sofre muito com as suas empresas, sendo que os riscos são minimizados, correm melhor, quando se trabalha em equipa, sabendo partilhar e explicar os porquês das decisões, o como ser feito, estimulando, numa cadeia de comunicação contínua, que se torna cada vez melhor com obra feita! Terminou afirmando que o Caracter é a Força da Liderança, sendo igualmente fundamental que exista esse mesmo Caracter na Equipa.

O nosso muito obrigado ao Senhor Dr. António Pires de Lima pela superior abertura que proporcionou à ACEGE – Núcleo do Porto no seu ciclo de debates 2013.

Bem-haja.

ACEGE – Núcleo do Porto
David  Forrester Zamith