ACEGE e Fundo Bem Comum na RTP

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A ACEGE, através do seu Núcleo do Porto, foi convidada para estar presente no programa da RTP2 “Sociedade Civil”, em directo e a partir da Casa da Música do Porto, com o tema “Empreendedor com Norte” e tendo como convidados: Manuel Teixeira, Pres. da Comissão Executiva da Associação Nacional de Jovens Empresários – Nuno Pinto Bastos, Administrador de Spin-off da Univ. do Minho – Rui Moreira, Pres. Ass. Comercial do Porto – Câmara de Comércio e Indústria do Porto – António Godinho, Empresário e Empreendedor, Economista e Vice-pres. Ass. de Consultores Financeiros – David Zamith, Empresário e representante da ACEGE.

Resultante da primeira ronda de perguntas a participação da ACEGE iniciou-se com “boas notícias” pela apresentação da novidade, positiva, da criação de um fundo, o “Fundo Bem Comum”, que de imediato despertou o interesse do programa. Trata-se de um fundo de capital de risco de 2,5 milhões de euros que é promovido pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) e se destina a apoiar projectos de quadros médios desempregados, com mais de 40 anos de idade, a franja terrível da nossa sociedade.

À pergunta sobre a saúde do mundo empresarial a Norte., e como empresário em empresa familiar com 60 anos de actividade e na 3ª geração, com mais de 40 anos de “terreno” na indústria internacional e nacional, afirmou que 10 anos antes da crise pós bolha já os empresários Portugueses sentiam na pele a crise interna e tinham percebido que estávamos num mundo novo. Mundo novo esse onde as grandes encomendas desapareciam, sendo substituídas por pequenas séries produtivas, exactamente as que o País Portugal estava habituado há anos a fazer, ao contrário de outros Países Europeus mais vocacionados para as grandes séries. Criava-se um novo clima de Oportunidades. Pergunta-se porque razão a governação ficou espantada com os resultados positivos das nossas exportações. Simplesmente não estando no “terreno” não conhecem a “génese” e as capacidades de “trabalhador” do empresário Português, felizmente que não só o Nortenho, procurando alternativas a um mercado Europeu em encolhimento, e de manutenção do desemprego, e onde há que “criar emprego”.

Segundo o comissariado europeu para a indústria, afirmava no passado recente: “as manufacturas tradicionais em deslocalização para a Ásia e a Europa a viver de uma sociedade do saber e da qualificação”…para pouco tempo depois, o mesmo comissário, vir afirmar “que o emagrecimento do peso e da burocracia dos estados e as Micro e PME´s, estas como suporte do tecido económico na Europa, como novo futuro a atender”!

Ora aqui está um problema Português, onde a sociedade política “Vivendo para os Votos” e em aposta continuada nos “Grandes Projectos e nas Qimondas”, em vez de descer ao terreno e sentir a realidade da nossas pequenas empresas, onde em 2008 existiam mais de 110.000 a Norte, como base do nosso tecido económico, sendo que pelo menos a existência de uma Secretaria de Estado para as PME´s era disso uma necessidade. Vivemos um mundo novo em claro crescimento e onde a Europa está equilibrada, embora com o Norte da Europa com superavit e pagando a despesa do sul.

Dominando os temas do programa que lidera, Fernanda Freitas voltou à ACEGE atribuindo a esta associação através do seu Código de Ética a correspondente Valorização da Pessoa e da Família, trazendo um tema da maior acuidade para a sociedade civil empresarial, ou seja, a vertente das “Pessoas como maior activo das empresas” e a alavanca para a dinâmica do empresário, do seu espírito activo e de competitividade. David Zamith corroborando em absoluto, acrescentando que da capacidade trabalhadora, do risco e de gáudio na criação do emprego, até à sucessão empresarial Familiar, em contraste temos velhos do Restelo como alguns media ou centrais sindicais velhas falando continuadamente de problemas ultrapassados e teóricos, mas em tempos novos, como a justa causa, quando para os empresários os seus recursos humanos são a maior valia da empresa, ainda por cima num País onde a qualificação não é farta.

Veja-se o exemplo do sector têxtil, que após um verdadeiro cataclismo, está neste momento a criar emprego, pouco mas a criar, e porquê? Porque os pequenos e médios empresários Familiares investindo em tecnologia e em inovação, apoiando-se em Centros Tecnológicos como o Citeve, e mais recentemente o seu novo braço o Centi, Centro de Nanotecnologias, com novas fibras, novos tecidos, incorporação de novos elementos, como aplicação médica, e em flexibilização, como os bancos de horas, elemento novo para quem não tem encomendas à segunda-feira mas tem ao sábado, em paralelo com velhos sindicatos a falar dos despedimentos com ou sem justa causa, um”mundo velho a falar num mundo novo”. Deveríamos pensar mais em ter uma Visão estratégica para as Oportunidades e para o Emprego, que seguramente só pode vir do lado das Micro, Pequenas e Médias empresas, num mundo Global onde Portugal passa a ser um sítio. Oportunidades que são já realidades para muitos empresários, criadas de forma anónima, já que não “gostam de fazer flores”, nas suas exportações, aproveitando as próprias Oportunidades da crise dos outros na aquisição de empresas no estrangeiro, criando redes de distribuição ou exportando até para a China. Os exemplos são muitos e diversificados, desde os têxteis, ao calçado, aos cabos de aço ou na cordoaria sintética. Ou a contribuição do estado, desde que com Visão de apoio, como o exemplo dos clusters no estudo de Michael Porter, até já pago, e alargando-o a novas áreas.

  

O exemplo negativo do Estado a ocupar a capacidade de financiamento nacional e estrangulando o sector privado, e o emprego, quando ao contrário o Estado e as grandes empresas do estado deveriam financiar-se no exterior libertando capacidade para o sector privado e com isso facilitando a criação de emprego.

Os muitos telefonemas de interessados em saber mais sobre o Fundo Bem Comum, permitiu uma referência exacta desde a audiência do Presidente da ACEGE, António Pinto Leite, com o Presidente da República bem como, e segundo Nuno Fernandes Thomaz, a informação que o “Fundo Bem Comum” foi promovido pela ACEGE e tem como investidores, em partes iguais, o grupo José de Mello, a Caixa Geral de Depósitos, o Banco Espírito Santo, o Banco Santander Totta e o Montepio. “Vamos apoiar projectos, financiar projectos de empreendedorismo”, salientou Fernandes Thomaz, explicando que se trata de um fundo de capital de risco que, numa fase inicial, irá começar com o montante de 2,5 milhões de euros, destinado a quadros médios desempregados com mais de 40 anos. Contudo o objectivo da ACEGE é também ir ainda mais longe e apostar na constituição de uma “plataforma” em conjunto com outros parceiros, como a Mckinsey ou a Partners, para “acompanhamento ou reencaminhamento de projectos” que não possam ser financiados.

Num painel masculino a entrevista a Alexandra Teté, da Associação Mulher em Acção e a problemática da conciliação Família e Trabalho, como que fez a ponte para a recta final deste excelente programa, dedicada ao gráfico em anexo, que traduz a génese do empreendedor Nortenho: uma vivência de minifúndio, entre a paróquia e a autarquia, e onde a “Família” tem posição fulcral. Tema muito querido do Senhor D. Manuel Clemente, patrono da ACEGE – Núcleo do Porto, levando muito a peito a problemática da Família, e a falta dela, em Portugal e mais ainda na nossa Europa, infelizmente pela sua ausência e pelas políticas fracturantes do espírito de Família.

Como achega da ACEGE foi recomendado, tanto para a Associação Mulheres em Acção como para os Empreendedores, de se orientarem pela nova certificação da SGS, EFR – Empresas Familiarmente Responsáveis, como encaixando verdadeiramente na problemática da Família.

Numa Europa dita gasta e acabada, qual o caminho que desejamos seguir?

·         O do Lucro, da Ganância e do Desemprego?

·         Ou, como a ACEGE defende, o Estado Social, com Base na Família, Criação de Riqueza, Bem Comum, Missão, Paixão pelo Trabalho e pró Emprego?

“ Mais Sociedade Civil e Menos Estado “, como bem espelha o Empreendedor do Norte, estruturado na Família, no passar do Legado Geracional, no Valor do Trabalho, junto da sua Paróquia e da sua Autarquia, pelo sucesso, e pela Criação de Emprego.

Assim Portugal tem Futuro.

O nosso bem-haja à RTP 2 e ao seu programa Sociedade Civil.

ACEGE – Núcleo do Porto

David Zamith